(Mário Quintana)

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domingo, 28 de setembro de 2008

Vivendo Mais, Viver

© Walmir Lima


Vivendo Mais, Viver

Leio textos ao acaso, recebo textos de amigos, como hoje mesmo recebi - textos que me emocionam e me inspiram a escrever.

Nesses momentos, gostaria de escrever como um Mário Benedetti, como um Jorge Lemos, ou um Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, a quem sempre homenageio, como agora.

Mas, quem me dera.

Então escrevo, ou publico, apenas para expressar o que sinto, reproduzindo-os, ou apenas, sem escusas, tentando criar, muitas vezes inspirado, mesmo sem lembrar direito, no que um dia escreveram esses mestres. Mas seu conteúdo, nesses casos todos, no mais sincero e profundo que eu possa ser, é sempre um pedaço de mim.

E é isso o que estou sentindo agora, na inspiração que deu... nesse texto...

'Definitivo, como tudo o que é simples, nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Porque, automaticamente, esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos, por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos ter confidenciado a ela nossas mais profundas angústias, se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos, não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam - todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?

A resposta é simples como um verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, nos faz perder também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.'

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sábado, 13 de setembro de 2008

O Que Chamamos de Espírito

© Walmir Lima


'Les Yeux Clos'

Houve um tempo em que eu
Não enxergava.

Houve um tempo em que eu simplesmente
Não queria ver.

Houve um tempo em que fiquei
Míope dos meus olhos materiais.

E passei a enxergar muito mais
Com os olhos da alma e do coração.

Sei que, desse momento, aprendi a ver,
Aprendi a 'ler' meus sentimentos.

E sei que 'li'...

O que chamamos de espírito,
Me parece muito mais material
Do que o que chamamos de matéria.

Sinto minha alma mais manifesta
E mais sensível do que o meu corpo.





(Imagem: "Les Yeux Clos", óleo de Redon Odilon)

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sábado, 6 de setembro de 2008

Amor e Amizade

© Walmir Lima

O Amor pergunta à Amizade:

- Mas para que é que tu serves?

E a Amizade responde:

- Sirvo para enxugar as lágrimas que tu fazes cair...



(Texto que dediquei a uma amiga há alguns anos, quando ela me ajudou a superar uma fase. Agora, a situação se inverteu e ela me enviou de volta)

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