(Mário Quintana)

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sábado, 31 de dezembro de 2011

31 de Dezembro - Um Dia para Refletir

© Walmir Lima


31 de Dezembro de novo !!

Mais um ano de vida se passou e me pego, mais uma vez, pensando nos (tantos) minutos já vividos e nos quantos mais viverei, com o pensamento em Deus e na espiritualidade cada vez mais presentes na busca interminável pela felicidade.

Felicidade...

Nós sempre pensamos na felicidade como uma coisa só, monolítica, plena, definitiva, tão grande, quase inatingível, e nos esquecemos de que a vida é composta de pequenas coisas... de pequenas felicidades.

"A felicidade é a soma das pequenas felicidades!"

Li essa frase em Maio, num outdoor em Paris e soube, naquele momento, que meu conceito de felicidade tinha acabado de mudar.

Eu já suspeitava que a felicidade com letras maiúsculas não existia, mas dava a ela o benefício da dúvida. Afinal, desde que nos entendemos por gente aprendemos a sonhar com essa felicidade absoluta.

Mas ali, vendo aquele outdoor estrategicamente colocado no meio do meu caminho (que de certa forma coincidia com o meio da minha trajetória de vida), tive a certeza de que a felicidade, ao contrário do que nos ensinaram os contos de fadas e os filmes de Hollywood, não é um estado mágico e duradouro.

Na vida real, o que existe é uma felicidade distribuída em conta-gotas. É um pôr-de-Sol aqui, um beijo ali, uma xícara de café acolá, um livro que a gente não consegue fechar, uma mulher que nos faz sonhar, um amigo que nos faz rir...

São situações e momentos que vamos empilhando com o cuidado e a delicadeza que merecem alegrias de pequeno e médio porte, e até grandes (ainda que fugazes) alegrias.

Eu contabilizo tudo de bom que me aparece - sou adepto da felicidade homeopática. Se a mancha daquela camisa que eu adoro sair ou, se pego um congestionamento muito menor do que eu pensava ou, se chego inteiro ao trabalho, se assisto àquele filme que tanto queria, tenho consciência de que são momentos de felicidade e procuro viver cada segundo.

Alguns crescem esperando a felicidade com maiúsculas e na primeira pessoa do plural e dizem: "Eu me imaginava sempre com uma mulher linda do lado, dizendo que me amava e me levando para lugares e delírios mágicos".

Agora se descobre que dá pra ser feliz no singular mesmo: "Quando estou na estrada dirigindo e ouvindo as músicas que eu amo, é um momento de pura felicidade. Olho a paisagem, canto, sinto um bem-estar indescritível".

Esperar para ser feliz, aliás, é uma prática que abandonei há tempos e faz parte da minha "dieta de felicidade" o uso, bem moderado, da palavra "quando".

Aquela história do "quando eu ganhar na Mega Sena", "quando eu me casar" (de novo), "quando meus filhos crescerem", "quando eu tiver um emprego fabuloso" ou "quando encontrar uma mulher que me mereça", tudo isso serve apenas para nos distrair e nos fazer esquecer a felicidade de hoje.

Esperar por "aquele ser encantado", por exemplo... Tem coisa mais sem sentido? Até porque, quase sempre, as pessoas de carne e osso são bem mais interessantes, não é mesmo?

Podem até dizer que nos falta ambição, que a soma de pequenas alegrias é uma operação matemática muito modesta para os nossos tempos.

Que digam!

Nenhum de nós pode escolher as coisas que nos acontecem, algumas boas, outras más. Mas todos podemos escolher nossa resposta às coisas que nos acontecem.

Eu escolhi a minha:

Melhor ser feliz várias vezes por dia, por mínimo que seja cada vez, do que viver eternamente em compasso de espera.

E, Feliz, F E L I Z, Ano Novo !!!



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