(Mário Quintana)

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domingo, 7 de outubro de 2007

Diálogo com Rilke

© Walmir Lima
Rainer Maria Rilke (1875-1926)

Essa noite sonhei com Rilke - O poeta permanente do nosso tempo.
Na minha opinião, Rainer Maria Rilke é o maior poeta de língua alemã do Século XX, e revela, com suas certeiras abordagens sobre a criação artística, a necessidade de escrever, Deus, o sexo e o relacionamento entre os homens, o valor nulo da crítica e a solidão inelutável do ser humano, opiniões e aspectos nos quais, em muito, convergimos.
Como num diálogo absurdo, por imaginário, sonhei que conversávamos. Me pareceu que fora uma visão, e não um sonho.
Justo ele (e talvez por isso) a quem tenho como um dos personagens da cultura literária com os quais mais me identifico, com quem mais tenho pontos em comum e semelhanças.
Claro que não no talento, óbvio, mas em alguns aspectos de sua própria vida: a personalidade, experiências, conflitos emocionais, os traumas que o marcaram para toda a vida, relacionamentos amorosos, más escolhas afetivas, pressentimentos, contradições e angústias.
Talvez por isso me pareceu tão real, tão claro, quando ele, como que a reproduzir uma de suas conhecidas invocações, e a refletir meu momento de vida, minhas aflições, minhas incertezas, meu eterno tormento, finalmente me disse:

“Não fosse assim, seria essa estátua uma mera
Pedra, um desfigurado mármore, e nem já
Resplandecera mais como pele de fera.
Seus limites não transporia desmedida
Como estrela: Pois ali ponto não há
Que não te mire. Força é mudares de vida.”


("Rainer Maria Rilke", óleo de Knud Odde - 1997)

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27 Comentários:

Blogger Flavio Ferrari disse...

Já ouviu fala em neurose de destino (ou sua versão alemã, a Gestalt) ?

8 de outubro de 2007 às 02:33  
Blogger ana disse...

Amada, amiga, última doçura, a tranqüilidade
Suavizou a minha pele e os meus cabelos.
Só meu ventre te espera, cheio de raízes e de sombras,
Realmente bonita la letra de Vinicius. Me alegró encontrar este blog, pasaré otra vez, saludos, ana.

8 de outubro de 2007 às 03:27  
Blogger Walmir Lima disse...

Estimada Ana. Bienvenida.
Mucho me complace tu visita, desde la querida España, y a través del increíble acaso de la Web.
Me complace, también, el saber que te alegran mis tan sencillos escritos.
Espero, si, que vuelvas y permítame que te haga una sugerencia para que visite también los demás Blogs (como, por ejemplo, el “Sombras e Fragmentos”) que están en el panel de los links y que forman un grupo a quien que llamo de Bloguenígenas.
Saludos felices.

8 de outubro de 2007 às 08:39  
Blogger ana disse...

Gracias por tu invitación a visitar vuestros blogs, pero mucho me temo que mi portugués no es tan bueno como tu español (te defiendes realmente bien en mi idioma). Gracias tambien por tu bienvenida, lo mismo te digo.
Nos veremos de nuevo. Saludos felices! ana.

8 de outubro de 2007 às 10:43  
Blogger zuleica-poesia disse...

Rilke fez parte da minha juventude, mas em prosa. Gostaria de reler... Que você beba o bom licor. Abraços

8 de outubro de 2007 às 11:15  
Blogger Ernesto Dias Jr. disse...

Esse negócio de "eterno tormento" é preocupante. Melhor pensar no qeu o Flavio disse.
Quanto a Rilke... bem... é um enorme buraco -- entre milhares -- na minha formação...

8 de outubro de 2007 às 13:40  
Blogger Anne M. Moor disse...

Pois concordo com o que ele te disse - muda de vida - e vais ver como ela pode ser boa. Força amigo! Vais conseguir...

8 de outubro de 2007 às 18:31  
Blogger Walmir Lima disse...

Pois é, meu caro Flávio, quando se é como eu e se vê tudo em volta em caos, se perde a essência, que é a razão da existência. A Gestalt explica, mas ainda não me resolveu a configuração de atributos da concreta entidade.

8 de outubro de 2007 às 19:32  
Anonymous Anônimo disse...

Pessoas como você, se renovam através da arte.
Por isso, assim como ela, jamais perderá tua essência.

8 de outubro de 2007 às 22:43  
Anonymous Anônimo disse...

Essencia que se revela, por exemplo, nessa tua "conversa" com o poeta.

8 de outubro de 2007 às 23:10  
Blogger  disse...

Walmir, eu naõ AGUENTO isso: vc sonhou que tava conversando com o poeta(e ainda tem CORAGEM de falar que perdeu a essência?!)
Até dormindo, até em sonhos vc é requintado. O que é isso?
MUITO LEGAL!!!!!!
Só naõ gostei dessa estória de más escolhas afetivas.
Como assim?
E "nóis" né Angela?
Ah Walmir, vc faz um bem danado pra todo mundo com quem convive e de quem gosta . É simplesmente adorável e super-especial.
Nós te amamos, menino.

8 de outubro de 2007 às 23:47  
Anonymous Anônimo disse...

Nunca ouvi falar de neurose do destino, mas
Acho que tem pessoas mais sensíveis, percepções mais apuradas, que transcedem o "explicável", o comprovado, pelo menos materialmente comprovado.

Acho também que Deus se revela de muitas formas.

9 de outubro de 2007 às 00:25  
Blogger Anne M. Moor disse...

Esqueceste-te da listinha???? A tua vida está recheada de gente bonita (modéstia a parte né Lú, Angela e nóis todas e todos)...
E CAOS meu querido é o que somos nós seres humanos - no BOM sentido da palavra (vide a Física) e a vida idem. É encontrando as relações, ligações, interligações que faz com que seja tão bom viver. E esta Aldéia que constuimos em 2007 é sinal que Deus existe - MAIS uma de suas manifestações... Chin up e passos largos pra frente... :-)
Como disse a Lú, nós te amamos.

9 de outubro de 2007 às 08:25  
Blogger  disse...

Angela, neguinha. Me encheu os olhos d'agua. Luv you.
Anne, certíssimo....

9 de outubro de 2007 às 09:59  
Blogger Jorge Lemos disse...

"Doce ira, doce mal, doce brandura,
doce afã, doce peso que hae sentido" - (Petrarca -1394 -1374).

Depois de passar um sábado como o que tivemos revendo tantos amigos?

9 de outubro de 2007 às 11:45  
Blogger Walmir Lima disse...

Queridos amigos, e querido Jorge, o assunto é longo. O que aconteceu no sábado foi maravilhoso, sim, mas não se mistura com o meu chamado 'eterno tormento'. Só que agora entendi o significado do sonho. Mas, como disse, o assunto é meio longo. Vou falar numa postagem futura.

10 de outubro de 2007 às 01:43  
Blogger Walmir Lima disse...

Angela, e Deus tem se revelado muito através dos comentários de vocês, creia-me.

10 de outubro de 2007 às 01:55  
Blogger ana disse...

Si Walmir, ya he visitado a algunos de tus amigos, Anne, Jorge, voy poco a poco, saboreándolos como pequeñas delicatessen literarias que son. Estoy muy contenta de haberos conocido, hay que darle las gracias a nuestro amigo común, Rilke, (si levantase la cabeza). Es hermoso el portugués, sensualmente envolvente. Abraços carinhosos por vocé. Ana.

10 de outubro de 2007 às 03:44  
Blogger Udi disse...

Rilke anda "rondando" a minha vida, vou atrás de saber mais dele que essa coisa de "mudar de vida" muito me fascina.
Obrigada por estar com a alma inquieta e depertar-nos essa inquietude que nos impele a ir em busca de novidades.

10 de outubro de 2007 às 17:06  
Blogger Walmir Lima disse...

Udi, sempre precisa, entendeu exatamente o sentido.
Sem tormento não há poeta.
Vide os grandes, não que o seja, mas o tormento é o ninho da inspiração, da busca do novo. É a adrenalina do escritor, que faz o sangue 'verter' para as páginas do sentimento.

10 de outubro de 2007 às 23:17  
Blogger Walmir Lima disse...

Lú, as más escolhas ocorrem. E assim foi comigo - é um fato.
Mas a gente erra e aprende, erra e aprende coisas a vida toda, até morrer - que é a última - a derradeira que se aprende.
O que é preciso é ter a alma inquieta, curiosa, criadora... até o fim.

10 de outubro de 2007 às 23:26  
Blogger Walmir Lima disse...

Zuleica, Anne e Ernesto, trio de puro e incondicional amor! O acalanto de vocês me alivia a alma.

10 de outubro de 2007 às 23:32  
Blogger Jorge Lemos disse...

Se o calor da poesia
envolve o homem,
só a mulher,
fornalha e musa,
afasta seu sofrer.

11 de outubro de 2007 às 08:17  
Blogger Jorge Lemos disse...

Garanto-lhe não ser Madri.
Talvez de Asturias.

11 de outubro de 2007 às 08:20  
Blogger  disse...

JORGE:
Reverências.
Os teus anos de vida, a tua alma de artista, destemida , tua inteligência ,esse olhar prescrutador em busca da essência de todas as coisas, nos coloca todos como aprendizes.
Menos a Estephania que já sabia de tudo e fez do professor seu aluno.
Reverências duplas pra ela e beijos cheios de saudades pros dois.

11 de outubro de 2007 às 09:43  
Anonymous Anônimo disse...

Na busca por Rilke encontrei o seu blog.Discordo ali da neurose do destino do Flavio Ferrari.
E Rainer Maria Rilke é simplesmente fabuloso, através dele revejo-me, sinto e caminho.
Neste caminho descobri-o a si :)
http://aarrobadaspalavrasblogspot.com

29 de maio de 2008 às 22:13  
Blogger Walmir Lima disse...

Grato pela agradável visita, "A Arroba das Palavras", desde Portugal, que mora em meu coração.
Volte sempre a visitar nosso grupo, a quem chamo de 'Bloguenígenas'.
Um abraço de 'O Centauro' a você e a Rilke, que nos aproximou.

30 de maio de 2008 às 00:39  


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