(Mário Quintana)

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domingo, 7 de novembro de 2010

De Pé!

© Walmir Lima

Meu amigo, Jorge Lemos, desolado, publicou ontem em seu Blog, Sombras & Fragmentos, a postagem "Nocauteado em Pé", onde, entre outras coisas, diz:

"Se o campo político lhe foi propício, pela promíscua devassidão de políticos e pela fraqueza a fragilidade (para não descermos ao nível de atestar incompetência) da chamada oposição, foram muitos os aspectos que deram ao Presidente a chance da manutenção do Poder. A teimosia cega e constante do candidato José Serra, o jogar da toalha mais cedo, no ringue, de muitos de seus colaboradores e companheiros partidários, somadas à confiança de que a capacidade e a inteligência do candidato Serra seriam armas para aquisição de votos, mostraram uma infantilidade política sem limites.

Dilma não ganhou - 21,7% do eleitorado deixaram de votar. O que representa este expressivo número no campo político? Falta de motivação para o eleitor esclarecido e a apatia do ex-governador paulista.

...A soma dos votos do DEM e do PSDB, a fuga maciça pelo feriado prolongado e a convicção dos eleitores de que tudo já estava ganho pelo governo, pôs na mesa da situação o que de mais fisiológico vive o momento político brasileiro.

Estou de luto. Doravante deverei escrever mais sobre flores."

--

Outro amigo, o Ernesto Dias, além de ter-me dito que não vai mais falar de política nem permitir que os amigos o façam em sua roda, disse que não mais irá ler ou assistir jornal e publicou em seu Blog, "Assertiva", no último dia 1, a postagem "Vitória da Democracia", onde, totalmente enfurecido, desesperançado e contundente, diz:

"Uma forma de medir o grau de amadurecimento de uma sociedade dita democrática é através de aderência dos atos e pensamentos dos governantes e das instituições ao caráter e às aspirações de um povo.

De parabéns o povo brasileiro que não só chegou lá como revelou a si mesmo e ao mundo o verdadeiro sentido e a real dimensão dos seus sonhos. Consagra sua vocação para a pequenez, para a coleta da migalha, para o satisfazer-se com o que tem, rico ou pobre, em prejuízo do que poderia ter ou ser.

...Quanto a mim, doravante apátrida, seja esta minha última manifestação política. Aliviado e feliz passo a gozar do que este país, embora não mais o meu, pode me dar de melhor: a liberdade. Liberdade para atirar o lixo pela janela do meu carro, para ocupar uma tão cobiçada vaga de deficiente, para jogar meu computador velho – cheio de chumbo e mercúrio - no lixo comum, para furar filas falsificando a idade. Para ser, enfim, o espertalhão que o brasileiro tanto admira, reverencia e almeja ser."

--

Além dessas opiniões de amigos que amo e respeito, corre também pela internet um texto atribuido ao jornalista Luis Nassif (autoria não comprovada) em que ele teria dito diversas palavras de desagravo aos nordestinos em geral, numa evidente alusão ao apoio do povo daquela região à política situacionista que ajudou a reeleger.

Vejo as coisas de uma forma um diferente. Não concordo com essa forma de visão generalizada e que, exageros à parte, em função dela, se tome rumos equivocados, na contra-mão da lógica, do inteligente, do bom senso.

O ser nordestino não é sinônimo de desonestidade, de indolência, de inculto, de mau-caratismo, de conivência com o falaz, o fraudulento, o criminoso - temos em nossa história muitos exemplos do contrário. Sabemos que existem muitos paulistas, muitos gaúchos, mineiros e cariocas que são.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 29.197.152 eleitores brasileiros inscritos se abstiveram de votar no segundo turno, representando 21,50% do total. Uma vergonha!

Isto, sim, é algo que me revolta, e muito!

Para mim, salvo raríssimas excessões compostas de pessoas impedidas contra sua vontade (como, por exemplo, os enfermos com impossibilidade de locomoção) e os que morreram no período, o resto, que não votou só porque não quis, é um bando de omissos, irresponsáveis, uns párias mentais que não deveriam ter o direito ser chamados de cidadãos.

Na minha opinião, existem formas de se protestar pelo voto (inteligente e responsável) e não pela ausência dele. Por outro lado, votar num Tiririca não é protesto, é burrice!

Não há desculpa para não se exercer o que, para muitos, é "cumprir um dever cívico" e que, para mim, é um direito sagrado, inalienável, do qual não abro mão.

Minha mãe faleceu aos noventa e tantos anos e fez questão de votar EM TODAS as eleições - até o fim de sua vida. Não houve doença nem qualquer outro motivo que a impedisse. Ela exigia que a levássemos à urna - um exemplo e motivo de muito orgulho para mim e para todo homem de bem, não só deste país, mas, do mundo.

Não vou renegar a educação e o bom exemplo que recebi.

Não abro mão do meu direito ao voto.

Não abro mão da minha cidadania.

Não abro mão de ler ou ver jornal e de me informar pela imprensa livre.

Não abro mão do meu direito de reprovar e contestar abertamente a bandalheira na coisa pública.

Não abro mão de discordar e de defender livremente minhas convicções contra a tirania aberta ou velada.

Os políticos da chamada oposição podem até querer desistir. Eu não.

Outros podem ter desistido. Eu não.

Eu sou Brasileiro!


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6 Comentários:

Blogger maria cleia disse...

Sabe Walmir, eu entendo bem cada um de vocês... com as decepções e revoltas, cada um com o seu modo de encarar o momento tão crítico em que vivemos...eu esperei tanto comemorar a vitória da primeira mulher presidente, e infelizmente acordei no dia seguinte da eleição como outra qualquer, não havia o que comemorar...
Acho que devemos respirar fundo, cada um de nós continuando a levar a vida como “ser político” que somos,com moderação e sem perder a certeza de que um dia as coisas acontecerão.
Quantas não foram as quedas e tropeços que tivemos em nossas vidas, para que hoje tivéssemos um pouco mais de esclarecimento do que muitos.
Então, como "povo brasileiro", nos mantiveram presos e impossibilitados de instrução, de ter pensamento próprios por muito tempo.
Estamos engatinhando nesse quesito, dentre muitos outros.
Estamos errando muito, cairemos e muito provavelmente teremos que nos engessar por períodos, para nos curar dos ossos quebrados.
Mas, chegaremos lá e seremos um lindo país tropical cheio de calor e sol, com um lindo povo solidário.
Cabe a nós não perdemos a força, e continuar a contaminar a juventude que nos cerca de sabedoria (mesmo que possa não ser tão grande 'da minha parte') e nossos tão amados netos terão ainda um lindo Brasil, para continuar as nossas histórias.
Nossa, na minha resposta também acabou saindo uma crônica...rsrs
Tenha um lindo domingo, fique bem!
bjs Cléia
sabe Walmir, eu entendo bem cada um de voces...com as decepções e revoltas, cada um com o seu modo de encarar o momento tão cr´tico em que vivemos...eu esperei tanto comemorar a vítória da primeira mulher presidente, e infelizmente acordei no dia seguinte a eleição como outra qualquer, não havia o que comemorar...
Acho que devemos respirar fundo, cada um de nós continuando a levar a vida como ser político que somos,com moderação e sem perder a certeza de que um dia as coisas acontecerão.
Quantas não foram as quedas e tropeços que tivemos em nossas vidas, para que hoje tivessemos um pouco mais de exclarecimento quemuitos.
Então, como "povo brasileiro", nos mantiveram presos e impossibilitados de instrução, de ter pensamento próprios por muito tempo.
Estamos engatinhando nesse quesito, dentre muitos outros.
Estamos errando muito, cairemos e muito provavelmente teremos que nos engessar por periodos para nos curar dos ossos quebrados.
Mas, chegaremos lá e seremos um lindo país tropical cheio de calor e sol, com um londo povo solidário.
Cabe a nós não perdemos a força, e continuar a contaminar a juventude que nos cerca de sabedoria(mesmo que possa não ser tão grande'da minha parte') e nossos tão amados netos terão ainda um lindo Brasil, para continuar as nossas histórias.
Nossa, na minha resposta também acabou saindo uma crônica...rsrs
Tenha um lindo domingo, fique bem!
bjs Cléia

7 de novembro de 2010 às 12:35  
Blogger Walmir Lima disse...

Cléia,

Um dos lados bons do Blog é o de ser um território democrático, onde vale a máxima de que é na divergência saudável, respeitosa, e com amor, que reside a base da evolução.

7 de novembro de 2010 às 14:25  
Blogger Walmir Lima disse...

Seu comentário ficou muito bem "reforçado". rsrsrs

7 de novembro de 2010 às 14:26  
Blogger maria cleia disse...

Meu mais novo amigo virtual, rsrsr...desculpe-me o "reforço" do meu comentário....rsrrs...estranho isso né?...não sei como aconteceu o duplo comentário...coisas dessas máquinas maravilhosas, mas que as vezes parecem ter vida própria...ou pode ser também incapacidade de quem postou...sei lá!!!!...rsrsr...bjs cléia

8 de novembro de 2010 às 20:26  
Blogger Anne M. Moor disse...

Walmir

A sumida voltou, ou pelo menos por aqui rsrsrsrs pois ainda ando pelos pagos de Montevidéu!

Votar em Tiririca não é apenas burrice, mas, em especial, uma irresponsabilidade beirando no criminoso!!!!!!!!!!!!!! Me dói ver gente assim (os que votaram) sujando a imagem de ser brasileiro!!!!!

Grande beijo
Anne

11 de novembro de 2010 às 11:47  
Anonymous Jorge Lemos disse...

Walmir
Amigão Leal

Continuamos com energia o que sempre defendemos: expressar o que sentimos, do que orgulhamos e do que ralmente nos envergonhamos.

O Ernesto, em sua decepção flagrante, nos permite uma profunda reflexão: de ver triunfar tanta nulidade, o homem ri da honra e sente, verdadeiramente,em ser honesto.

Aguardemos com esperança: um dia iremos todos aprender.

Abraço

Lemos

18 de novembro de 2010 às 16:32  


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6 Comentários:

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