(Mário Quintana)

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sábado, 22 de dezembro de 2007

Bloguenígenas que são "posts" do Criador!

© Walmir Lima
No Natal, somos todos crianças


Eu pretendia escrever um post de Natal, agradecendo a Deus pela vida e pelos amigos, novos e antigos, que me deu, pela felicidade de tê-los em mim e aos amigos por serem.

Porém, ao ler um e-mail que recebi hoje da querida Angela Ometto, dentre os vários lindos e-mails que recebi dos amigos na última semana, foi como se eu tivesse recebido uma flechada, que, certeira como a flecha de Robin Hood, me acertou, em cheio, a bolsa de lágrimas.

Esse e-mail é uma homenagem, não só a mim, mas a todos nós, Bloguenígenas. E, por isso resolvi publicar... e por isso resolvi compartilhar... por sua beleza... por sua sensibilidade... e pelo amor que carrega dentro de si.

Ela começa assim:

Bloguenígenas que são "posts" do Criador!

Soneto de Natal

(Machado de Assis)

Um homem, — era aquela noite amiga,
Noite cristã, berço no Nazareno, —
Ao relembrar os dias de pequeno,
E a viva dança, e a lépida cantiga,

Quis transportar ao verso doce e ameno
As sensações da sua idade antiga,
Naquela mesma velha noite amiga,
Noite cristã, berço do Nazareno.

Escolheu o soneto... A folha branca
Pede-lhe a inspiração; mas, frouxa e manca,
A pena não acode ao gesto seu.

E, em vão lutando contra o metro adverso,
Só lhe saiu este pequeno verso:
"Mudaria o Natal ou mudei eu?"

- Presentes pra alma:
♥ de JORGE:
"E o riso sonoro
Que sai de sua boca?
- Menina, tu é louca!
Tu corres perigo!
Não provoques tanto
Libere o encanto
De forma maneira.
Passeia... passeia ..."

♥ de WALMIR:
"A Lua Azul me falou:
Volto logo, mês de Maio,
Só vou olhar de soslaio
Cada beijo molhado
Cada corpo tocado
Sob a luz dessa noite."

♥ de ERNESTO:
"As vezes guio esse teu buscador
Às loucas páginas do meu teatro
As vezes velo meu contido amor
Me torno um erro quatro zero quatro"

♥ de JULIANA:
"Dispenso o meu tear de luzes e apanho a marreta pesada do comprometimento inconsciente."

♥ de ÉRICA:
"Sensação de estar na toca, não por imposição, mas por opção, silenciosa, revendo coisas, repensando coisas... ficando comigo, apenas... Bão. "

♥ de ANNE:
"Cheiros... de paz, de nostalgia, de prazer...
Friozinho na boca do estômagoao ver a vida nas ondas do mar..."

♥ de UDI:
"Inspiração vem de fora ou vem de dentro?
encontro do que está fora com o que está dentro"

♥ de TI:
"O mais importante é acreditar que nada é para sempre, e que a cada instante podemos renovar o que pensamos, reforçando aquilo que acreditamos ou acreditando naquilo que jamais aceitamos..."

♥ de LÚCIA:
"Pés no chão, cabeça nas estrelas?
Discurso bonito,
Fácil dizer
Difícil fazer...."

♥ de FLÁVIO:
"No meu caso, se tanto for
A poesia vai pela artéria
Mas na veia corre o humor."

♥ de MARIA ALCÃNTARA:
"Convenci-me que só sei sonhar.
Embalo o corpo neste balançoe entrego meus lábios para o doce.
Sinto fluir a seiva que não morreu em mim."

♥ de ZULEICA:
"Mas qual beleza mais pura
Quero guardar na memória?
Embora eu ame rosas vermelhas,
Tenho saudade dos girassóis!
Ah, não preciso escolher!
Sejam bem-vindas lembranças!
Minha alma é uma rosa vermelha
Apaixonada por girassóis!"

FELIZ NATAL!

E um abraço demorado...

Angela

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12 Comentários:

Blogger Jorge Lemos disse...

Walmir:

Angela, anjo meu, querida
alma farta de vida e cor...
Ei-la declarando,
pelo verbo vivo,
o verdadeiro sentimento que é o amor.

Cavalgou blogs, peregrinou textos...
Angela amiga pura!
Grato Walmir pela partilha.

23 de dezembro de 2007 às 10:38  
Blogger Unknown disse...

Organiza o Natal

Carlos Drummond de Andrade


Alguém observou que cada vez mais o ano se compõe de 10 meses; imperfeitamente embora, o resto é Natal. É possível que, com o tempo, essa divisão se inverta: 10 meses de Natal e 2 meses de ano vulgarmente dito. E não parece absurdo imaginar que, pelo desenvolvimento da linha, e pela melhoria do homem, o ano inteiro se converta em Natal, abolindo-se a era civil, com suas obrigações enfadonhas ou malignas. Será bom.

Então nos amaremos e nos desejaremos felicidades ininterruptamente, de manhã à noite, de uma rua a outra, de continente a continente, de cortina de ferro à cortina de nylon — sem cortinas. Governo e oposição, neutros, super e subdesenvolvidos, marcianos, bichos, plantas entrarão em regime de fraternidade. Os objetos se impregnarão de espírito natalino, e veremos o desenho animado, reino da crueldade, transposto para o reino do amor: a máquina de lavar roupa abraçada ao flamboyant, núpcias da flauta e do ovo, a betoneira com o sagüi ou com o vestido de baile. E o supra-realismo, justificado espiritualmente, será uma chave para o mundo.

Completado o ciclo histórico, os bens serão repartidos por si mesmos entre nossos irmãos, isto é, com todos os viventes e elementos da terra, água, ar e alma. Não haverá mais cartas de cobrança, de descompostura nem de suicídio. O correio só transportará correspondência gentil, de preferência postais de Chagall, em que noivos e burrinhos circulam na atmosfera, pastando flores; toda pintura, inclusive o borrão, estará a serviço do entendimento afetuoso. A crítica de arte se dissolverá jovialmente, a menos que prefira tomar a forma de um sininho cristalino, a badalar sem erudição nem pretensão, celebrando o Advento.

A poesia escrita se identificará com o perfume das moitas antes do amanhecer, despojando-se do uso do som. Para que livros? perguntará um anjo e, sorrindo, mostrará a terra impressa com as tintas do sol e das galáxias, aberta à maneira de um livro.

A música permanecerá a mesma, tal qual Palestrina e Mozart a deixaram; equívocos e divertimentos musicais serão arquivados, sem humilhação para ninguém.

Com economia para os povos desaparecerão suavemente classes armadas e semi-armadas, repartições arrecadadoras, polícia e fiscais de toda espécie. Uma palavra será descoberta no dicionário: paz.

O trabalho deixará de ser imposição para constituir o sentido natural da vida, sob a jurisdição desses incansáveis trabalhadores, que são os lírios do campo. Salário de cada um: a alegria que tiver merecido. Nem juntas de conciliação nem tribunais de justiça, pois tudo estará conciliado na ordem do amor.

Todo mundo se rirá do dinheiro e das arcas que o guardavam, e que passarão a depósito de doces, para visitas. Haverá dois jardins para cada habitante, um exterior, outro interior, comunicando-se por um atalho invisível.

A morte não será procurada nem esquivada, e o homem compreenderá a existência da noite, como já compreendera a da manhã.

O mundo será administrado exclusivamente pelas crianças, e elas farão o que bem entenderem das restantes instituições caducas, a Universidade inclusive.

E será Natal para sempre.


Ah! Seria ótimo se os sonhos do poeta se transformassem em realidade.

Texto extraído do livro "Cadeira de Balanço", Livraria José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1972, pág. 52.
Carlos Drummond de Andrade
Feliz natal pra todos com muitas beijokas no coração

24 de dezembro de 2007 às 17:22  
Blogger Flavio Ferrari disse...

Agradeço com honor
Por estar assim incluido
Nos posts do criador

25 de dezembro de 2007 às 03:59  
Blogger ana disse...

...
Son los Centauros. Unos enormes, rudos; otros
alegres y saltantes como jóvenes potros;
unos con largas barbas como los padres-ríos;
otros imberbes, ágiles y de piafantes bríos,
y robustos músculos, brazos y lomos aptos
para portar las ninfas rosadas en los raptos.
...
El coloquio de los centauros, Rubén Darío.

Feliz Navidad Walmir,
ana.

25 de dezembro de 2007 às 19:44  
Blogger Jorge Lemos disse...

Era noite densa, noite de natal,
busquei alguém bem amigo,
um que entendesse o coração
de poeta. Chamei por ele,
Carlos Amigo Drumond de Andrade,
que já se foi a algum tempo,
e veio a mim de forma viva, dizendo-me:
" Há tantos diálogos
diálogo com a amado
o semlehante
o diferente
o indiferente
o oposto
o adversário
o surdo-mudo
o possesso
o irracional
o vegetal
o mineral
o inominado

Diálogo consigo mesmo
com a noite
os astros
os mortos
as idéias
o sonho
o passado
o mais que futuro

Escolhe teu diálogo
e
tua melhor palavra
ou teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dalogamos".

E se foi Carlos
mas deixou saudade

26 de dezembro de 2007 às 09:47  
Anonymous Anônimo disse...

Queridos Walmir e Angela,

Que bom fazer parte da criação de um mundo... Que não é novo, nem velho, já que desenvolve-se a cada instante da experiência de cada um de nós... Não é grande, nem pequeno... Já que seu espaço é virtual...

Mas é intenso, é acolhedor e respeita o indíviduo dentro de uma sociedade ainda não bem definida!!

Feliz 2008

26 de dezembro de 2007 às 10:51  
Blogger Udi disse...

Já não havia encontrado palavras prá responder ao email da Angela... e, aqui também, escolho meu "melhor silêncio" prá agradecer aos 2: Walmir e Angela.
beijos

26 de dezembro de 2007 às 14:21  
Blogger  disse...

Que a vida possa ser generosa e justa diante de tanta generosidade:
um homenageia ,
outro compartilha....
Eu, admiro.

26 de dezembro de 2007 às 19:57  
Anonymous Anônimo disse...

Walmir,
Li, assim que você postou.
Como você já sabe, não sou muito boa em contenção de lágrimas!
Adorei!
Obrigada.

Bloguenígenas,
Porque merecem!

27 de dezembro de 2007 às 01:24  
Blogger Walmir Lima disse...

Angela,
Estou sem internet e fora de casa, então, fica difícil postar, mas gostaria de reafirmar que achei tua idéia de tomar uma frase de cada um de nós algo muito inteligente, bem como belo e comovente. E, como acho que o que é belo merece e deve ser divulgado, compartilhado, resolvi postar. O mérito é todo seu e a emoção é de todos nós, gratos a você.
Feliz 2008!

27 de dezembro de 2007 às 01:50  
Blogger zuleica-poesia disse...

Fico feliz por estar entre seus amigos. Fiquei emocionada em ver uma de minhas poesias citadas no seu blog. Que 2008 traga a você e aos seus parentes e amigos muita felicidade e poesia.-Abraço da Zuleica. (Obrigada a você também, Angela e felicidades também para você)

29 de dezembro de 2007 às 15:22  
Blogger Érica Martinez disse...

Um dia eu rascunhei em casa, ao lado do nome de cada um de nós, as características que mais se ressaltavam... Ainda bem que ficou no rascunho, pois esse e-mail, delicado e cuidadoso (pelo qual agradeci à Angela prontamente) foi mesmo um presente de Natal...
Vocês todos são uns queridos!!

10 de janeiro de 2008 às 08:43  


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