(Mário Quintana)

Google Custom Search



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O Espelho da Vida

© Walmir Lima
O Espelho da Vida

A postagem anterior levou-me a conversas e reflexões com amigos sobre a figura da grande “Ilusão da Vida” refletida no espelho.
“Espelho”, esse meu confidente querido e sincero, com quem converso todos os dias, e que me joga as verdades literalmente na cara.
As verdades mais agudas sobre a ilusão da parte mais importante da minha vida, que já me fez mudar de rumo tantas vezes e que teimo em esconder... mas, verdades de outrora, que brotam em forma de poema...

-o0o-
Filhos...
O rosto do fruto
Espelhado no meu
Um só
Eu e o fruto
Estou em mim e no fruto
E na travessia
Entre eu e o fruto
De forma tão sensível
Que o fruto seja meu princípio...
-o0o-
Ledo e rotundo engano meu !!

Mas a notada e repetida presença da parábola do espelho, em meio às minhas últimas reflexões e textos, também me fizeram lembrar uma linda música composta pelos maravilhosos João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro, chamada “Além do Espelho”, que tem mesmo algo ou muito a ver com o que um dia idealizei.


Além do Espelho

Quando eu olho o meu olho além do espelho
Tem alguém que me olha e não sou eu
Vive dentro do meu olho vermelho
É o olhar do meu pai que já morreu
O meu olho parece um aparelho
De quem sempre me olhou e protegeu
Assim como meu olho dá conselho
Quando eu olho no olhar de um filho meu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

Sempre que um filho meu me dá um beijo
Sei que o amor do meu pai não se perdeu
Só de olhar seu olhar sei seu desejo
Assim como meu pai sabia o meu
Mas meu pai foi-se embora num cortejo
E no espelho eu chorei porque doeu
Só que vendo meu filho agora eu vejo
Ele é o espelho do espelho que sou eu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

Toda imagem no espelho refletida
Tem mil faces que o tempo ali prendeu
Todos têm qualquer coisa repetida
Um pedaço de quem nos concebeu
A missão do meu pai já foi cumprida
Vou cumprir a missão que Deus me deu
Se o meu pai foi o espelho em minha vida
Quero ser pro meu filho o espelho seu

A vida é mesmo uma missão
A morte é uma ilusão
Só sabe quem viveu
Pois quando o espelho é bom
Ninguém jamais morreu

E o meu medo maior é o espelho se quebrar
Meu medo maior é o espelho se quebrar
Meu medo maior é o espelho se quebrar
Meu medo maior é o espelho se quebrar

.

Marcadores: ,


LINK => CLIQUE AQUI PARA FAZER SEU COMENTÁRIO

6 Comentários:

Blogger Anne M. Moor disse...

Um dia um amigo me disse, sobre meus filhos, "tu és o arco e eles as flechas". Verdade... O que nos traz à lembrança de que eles têm a vida deles, cada um deles e nós precisamos ter a nossa, de bem conosco mesmo.

O português está atroz, mas acho que me entendes...

Vive tua vida com paixão sem medo de te esborrachar no chão, desde que conserves a força para levantar de novo e de novo infinitas vezes... That's life! Never partcularly as we would like!

Beijo grande

7 de fevereiro de 2013 às 21:56  
Anonymous Anônimo disse...

Os filhos são um presente que Deus nos concede permitindo que os cuidemos e preparemos para a vida e para o mundo., espelhando-se nos pais que são a referencia e o exemplo.
Eles nos dão muitas alegrias, muitas satisfações e alguns desgostos, e a preocupação é constante sempre, já que nem sempre seguem os nossos passos, ensinamento e exemplos, ou o que nós gostaríamos que fizessem.
Mas temos que entender que assim como nós fizemos, eles devem seguir sua própria vida e fazer suas escolhas.
E nós nunca devemos nos anular, devemos sim, procurar encontrar nosso rumo, nosso porto seguro, seja ele qual for, não importando as vezes que o fizermos.
Beijos
Paquita

7 de fevereiro de 2013 às 23:52  
Blogger angela disse...

E depois de alguns anos, nossa...Alguns anos!

Resolvo passar por esse blog, que me foi inspiração tantas vezes...acredito piamente que as coisas se convergem.

Um filho é o nosso amor mais importante, o incondicional, o sem medida, o único que perdoa, o único que esquece. Talvez por isso, pareça Ilusão? Não, não é. É "O rosto do fruto espelhado no meu."

O nosso medo é o mesmo de João Nogueira e Paulo César Pinheiro...

Somos portos. Deixar um filho levantar âncora dói um pouco.
Mas o porto estará sempre pronto para recebê-los para os devidos reparos e para que novamente zarpem para a vida.

Ainda que a gente se prepare, dói. Mas a gente se cuida!

9 de fevereiro de 2013 às 17:33  
Blogger Walmir Lima disse...

Queridas Anne, Paquita e Angela


Muito grato por sua carinhosa e significativa visita (Angela, depois de tanto tempo – que bom !).

Paquita me mandou um Power Point contando uma bela parábola cuja mensagem central é a frase “Tudo Passa”.

De fato, em nossa vida, o poder, a beleza e a riqueza, entre tantas outras coisas, passam. O que nos acompanha por toda nossa existência é a sabedoria adquirida e a dor do esquecimento (em todas as suas formas).

Um beijo, com amor

Walmir

9 de fevereiro de 2013 às 19:05  
Anonymous Anônimo disse...

Lindo poema! O tempo não para e no entanto ele é sempre o mesmo...Onde? não sei... mas em algum lugar existe um pai, existe um filho... e não sou eu, mas é igual.. "qui nem".
Abraços,

9 de abril de 2013 às 00:26  
Anonymous Anônimo disse...

Lindo... o tempo não para e no entanto é sempre o mesmo...

9 de abril de 2013 às 00:26  


LINK => CLIQUE AQUI PARA FAZER SEU COMENTÁRIO

6 Comentários:

LINK => VOLTAR À PÁGINA PRINCIPAL