Vivendo Mais, Viver
© Walmir Lima
Vivendo Mais, Viver
Leio textos ao acaso, recebo textos de amigos, como hoje mesmo recebi - textos que me emocionam e me inspiram a escrever.
Nesses momentos, gostaria de escrever como um Mário Benedetti, como um Jorge Lemos, ou um Carlos Drummond de Andrade, por exemplo, a quem sempre homenageio, como agora.
Mas, quem me dera.
Então escrevo, ou publico, apenas para expressar o que sinto, reproduzindo-os, ou apenas, sem escusas, tentando criar, muitas vezes inspirado, mesmo sem lembrar direito, no que um dia escreveram esses mestres. Mas seu conteúdo, nesses casos todos, no mais sincero e profundo que eu possa ser, é sempre um pedaço de mim.
E é isso o que estou sentindo agora, na inspiração que deu... nesse texto...
'Definitivo, como tudo o que é simples, nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Porque, automaticamente, esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos, por todos os beijos cancelados, pela eternidade.
Sofremos, não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.
Sofremos, não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos ter confidenciado a ela nossas mais profundas angústias, se ela estivesse interessada em nos compreender.
Sofremos, não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam - todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, nos faz perder também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.'
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