(Mário Quintana)

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quinta-feira, 26 de julho de 2007

Tribuna do Centauro III - Indignação

© Walmir Lima
" Indignação "

"É direito inalienável de todo o cidadão se indignar com o que acontece no seu cotidiano"
(antigo provérbio austro-húngaro-otomano)


Tribuna do Centauro


(imagem: "Lamentação de Cristo" - óleo, Matthew-B10)

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Dica de Hoje: À Espera do Vento

© Walmir Lima
Veja no Prozac Café:

"À Espera do Vento"

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terça-feira, 24 de julho de 2007

Tribuna do Centauro II - E Que Deus Nos Abençoe

© Walmir Lima
La Pietá - Michelangelo


Adi Maria Vasconcellos Soares, mãe de Luís Fernando Soares Zacchini, 41 anos, uma das vítimas do acidente com o avião da TAM, há uma semana, divulgou uma carta dirigida aos governantes e à família brasileira, na qual critica a atitude do governo em relação ao acidente.

Segundo ela, a tragédia já era prevista. Porém, o que mais lhe surpreendeu foi a reação do presidente que ela considerou falsa e classificou como um insulto.

Luiz Fernando Soares Zacchini era diretor de planejamento e assessor jurídico do Sindicato dos Técnicos-Científicos do Estado do Rio Grande do Sul (Sintergs). Nascido em Uruguaiana (RS), morava em Canoas (RS) com a mulher e o filho.

Veja a íntegra da carta:...


Tribuna do Centauro



E Que Deus Nos Abençoe...


"Aos governantes e à família brasileira,

Perdi o meu único filho.

Ninguém, a não ser outra mãe que tenha passado por semelhante tragédia, pode ter experimentado dor maior.

Mesmo sem ter sido dada qualquer publicidade à missa que ontem oferecemos à alma de meu filho, Luís Fernando Soares Zacchini, mais de cem pessoas compareceram. Em todos os olhos havia lágrimas. Lágrimas sinceras de dor, de saudade, de empatia. Meus olhos refletiam todos os prantos derramados por ele, por mim, por seu filhinho, por sua esposa, por todos parentes e amigos. Por todos os sacrificados na catástrofe do Aeroporto de Congonhas.

Há muito eu sabia que desastres aéreos iriam acontecer. Sabia que os vôos neste país não oferecem segurança no céu e na terra. Que no Brasil a voracidade de vender bilhetes aéreos superou o respeito à vida humana. A culpa é lançada sobre um número insuficiente de mal remunerados operadores aéreos ou sobre as condições das turbinas dos aviões. Um Governo alheio a vaias é responsável pelo desmonte de uma das mais respeitáveis e confiáveis empresas aéreas do mundo, a VARIG, em benefício da TAM, desde então, a principal provedora de bilhetes pagos pelo Governo. Que a opinião pública é desviada para supostos erros de bodes expiatórios, permitindo aos ambíguos incompetentes que nos governam continuarem sua ação impune. Que nossos aeroportos não têm condições de atender à crescente demanda de vôos cujo preço é o mais caro do mundo. Quando os usuários aguardam uma explicação, à falta de respeito ao cidadão juntam-se o escárnio e a cruel vulgaridade de uma ministra recomendando aos viajantes prejudicados que relaxem e gozem. Assuntos de alcova não condizentes com a reta postura moral e respeito exigidos no exercício de cargos públicos.

Assessores do presidente deste país eximem-se da responsabilidade e do compromisso com a segurança de nosso povo exibindo gestos pornográficos. Gestos mais apropriados a bordéis do que a gabinetes presidenciais. Ao invés de se arrependerem de uma conduta chula, incompatível com a dignidade de um povo doce e amável como o brasileiro, ainda alardeiam indignação, único sentimento ao alcance dos indignos. Aqueles que deveriam comandar a responsabilidade pelo tráfego aéreo no Brasil nada fazem exceto conchavos. Aceitam as vantagens de um cargo sem sequer diferenciarem caixa preta de sucata. Tanto que oneraram e humilharam o país ao levar o material errado para ser examinado em Washington. Essas são as mesmas autoridades agraciadas com louvor e condecorações do Governo em nome do povo brasileiro, enquanto toda a nação, no auge de sofrimento, chorava a perda de seus filhos.

Tudo isto eu sabia. A mim, bastava-me minha dor, bastava meu pranto, bastava o sofrimento dos que me amam, dos que amaram meu filho. Nenhum choro ou lamento iria aumentar ou minorar tanta tristeza. Dores iguais ou maiores que a minha, de outras mães, dos pais, filhos e amigos dos mortos necessitam de consolo. A solidariedade e amor ao próximo obrigam-nos a esquecer a própria dor.
Não pensei, contudo, que teria de passar por mais um insulto: ouvir a falsidade de um presidente, sob a forma de ensaiadas e demagógicas palavras de conforto. Um texto certamente encomendado a um hábil redator, dirigido mais à opinião pública do que a nossos corações, ao nosso luto, às nossas vítimas. Palavras que soaram tão falsas quanto a forçada e patética tentativa que demonstrou ao simular uma lágrima. Não, francamente eu não merecia ter de me submeter a mais essa provação nem necessitava presenciar a estúpida cena: ver o chefe da nação sofismar um sofrimento que não compartilhava conosco.

Senhores governantes: há dias vejo o mundo através de lágrimas amargas mas verdadeiras. Confundem-se com as lágrimas sinceras e puras de todos os corações amigos.
Há dias, da forma mais dolorosa possível, aprendi o que é o verdadeiro amor. O amor humano, o Amor Divino.
O amor é inefável, o amor é um sentimento despojado de interesse, não recorre a histriônicas atitudes políticas.
Não jorra das bocas, flui do coração!

E que Deus nos abençoe! "
Adi Maria Vasconcellos Soares
- oo0oo -
E eu, Walmir, digo ao nosso povo:

"Não desista de votar, pois, além de nosso direito, é nosso dever de cidadão, mas, pense muito melhor na próxima vez".


(Imagem: Ares - Texto da Carta: Redação Terra)

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segunda-feira, 23 de julho de 2007

Tribuna do Centauro I - A 'Caixinha' Preta

© Walmir Lima
Tribuna do Centauro


Quando foi montado, o propósito básico do O Centauro era divulgar a Arte, principalmente a Arte Literária, com ênfase na Poesia.

Só que, tendo um Blog nas mãos, e um mínimo de consciência, não dá pra ficar calado diante de tanta bandalheira.

Assim, nasce aqui, agora, a coluna chamada 'A Tribuna do Centauro' - uma 'Boca Maldita' paulistana - pra falar, quando der na telha, o que está entalado - fazer a minha parte. Veja...


A "Caixinha" Preta


Não é preciso ter ‘QI’ de gênio para perceber as intenções por detrás das últimas anunciadas medidas do governo relacionadas ao caos aéreo. Na verdade e no fundo, foi criada, isto sim, apenas mais uma "caixinha" arrecadatória - uma 'caixinha' preta, se me desculpam o trocadilho.

Qualquer cidadão comum, com um mínimo de bom senso já percebia o enorme risco que todos corriam com a evolução dos acontecimentos nos aeroportos brasileiros, e, principalmente no aeroporto de Congonhas, pondo em risco a vida de milhões de paulistanos que vivem no seu entorno.

O Ernesto, mesmo, já "previra", em Fevereiro passado, o que se viveu nos últimos dias. Nada para se vangloriar. Sei que não é essa a intenção. Mas era tão óbvio...

Como é óbvio, também, o que eles queriam era isso mesmo: um motivo a mais para criar mais uma "torneirinha" para sangrar os cofres públicos - mesmo que às custas do risco de preciosas vidas humanas.

No meio das diversas ações pífias anunciadas está a brilhante decisão de se construir um novo aeroporto para São Paulo. Dá pra imaginar o tamanho da verba a ser destinada!

Ora, não é preciso ser um profundo conhecedor, nem técnico, para perceber que, com verba muito menor se poderá adaptar o grande aeroporto de Viracopos, que fica na região de Campinas, a menos de uma hora da cidade de São Paulo, por rodovia (aliás, duas rodovias: a Anhangüera e a expressa Bandeirantes, fora a grande malha viária secundária).

Basta se implantar, muito rapidamente, um sistema de transporte coletivo, expresso e confortável para um trecho tão curto, a partir de Viracopos, levando-se quase o mesmo tempo que se faz hoje entre Guarulhos e São Paulo (Rodoviária, Metrô-Centro e Congonhas).

Aliás, até hoje não entendi bem porque Viracopos foi tão relegado a um segundo plano, todos esses anos.

Fora o fato, a se considerar, de que, grande parte dos atuais usuários de Congonhas é composta de pessoas oriundas da região de influência de Campinas, a mais industrializada e desenvolvida do Estado e que encerra dezenas de municípios e milhões de habitantes. Beneficiários que, com isso, levariam tempo igual ou menor para partir ou chegar a suas origens.

Isso tudo, juntamente com o remanejamento de parte dos vôos com aviões menores para os aeroportos de Campo de Marte e Jundiaí (este, a apenas trinta minutos de São Paulo), se poderia desviar, então, para Viracopos, parte dos vôos operados com aviões maiores.

Essas medidas visariam diminuir e ajustar a grade de vôos que hoje satura o aeroporto e os ouvidos dos infelizes moradores, tirando seu sono e merecido descanso.

Com isso, também, se reduzirá, até como conseqüência, o fluxo do, já caótico, tráfego urbano no entorno de Congonhas e, principalmente, se diminuirá, estatisticamente, (por via de probabilidade) o risco de acidentes aéreos na grande zona urbana da capital paulista, em meio à qual o velho aeroporto está situado.

Que raios de pressões por interesses político-econômicos não permitem que soluções simples como essas, ou parecidas a essas, sejam implantadas?

Que pressões são essas que levam um imbecil tecnocrata do governo vir a público e dizer, contrariando a opinião dos comandantes e co-pilotos, que as ranhuras (chamadas de 'Grooving') não são importantes em aeroporto de pista tão curta e sujeita a chuvas como a de Congonhas?

É algo tão óbvio e primário, que é mais um acinte desrespeito à nossa inteligência e cidadania.

O Jorge Lemos disse, em comentário, na mesma matéria do Assertiva: "Vaia é pouco para estas inutilidades reinantes".
E eu, Walmir, digo ao nosso povo:

"Não desista de votar, pois, além de nosso direito é nosso dever de cidadão, mas, pense muito melhor na próxima vez".


Por pertinente, transcrevo abaixo os comentários que fiz hoje lá na matéria "Ô Boca...", no Assertiva:

A ganância, a estupidez e a indecência dessa corja é tamanha que, numa área tão sensível e importante, substituem técnicos formados por sindicalistas vagabundos e incompetentes. Se dão o 'direito' de culpar os poucos e verdadeiros profissionais restantes por sua revolta ou pelos acontecimentos funestos, e ainda tripudiam com nossa inteligência e respeito com frases e gestos debochados e obscenos. Até quando nosso povo vai votar e re-eleger esse bando?
Praticam o chamado 'cabide-de-emprego' tão criticado por esses mesmos políticos de sindicato, em palanque, sob fortes aplausos do povo, pobre de espírito, faminto e explorado. Povo que sobrevive com um reles 'Bolsa Família' e 'otras cositas mas', quando, na verdade deveria ter um emprego digno, pra ganhar seu sustento, legítima e honestamente, com seu suor e trabalho...
"
Comentário de Walmir Lima, em 23 Julho, 2007

(veja também a matéria "Ô Boca...", de hoje, lá no Assertiva)

(Imagem 1: Ares - Imagem 2: web)


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sábado, 21 de julho de 2007

Lucas Ninno - Carta Aberta

© Walmir Lima
Lucas:

Lá no Assertiva, na postagem chamada Lucas, o Ernesto falou em 'Adolescente Revoltado'.

Esse tema nos apaixona a todos, os bem mais velhos, e sempre que encontramos um deles, mas com inteligência e potencial, como é o seu caso, Lucas, logo nos identificamos com ele. Foi o meu caso também. Já te disse antes.

Acho muito bonita essa história de adolescente com certa cultura, com opinião própria e uma certa consciência cívica e política, como é o seu caso, e não um desses 'amebas' que se ligam nessas 'tribos' de idiotas sem opinião, sem um mínimo de cultura, cujos grandes links entre eles são as drogas e a aparência agressiva, como vemos por aí.

Só uma coisa eu quero dizer - não mais um conselho, pois sei que, se tem uma coisa que adolescente detesta é conselho:

Falo por mim, que já fui um adolescente contestador, que viveu essa fase em pleno regime de ditadura militar e sei o que sofri, e fui rude com minha mãe naqueles momentos em que eu mais precisava dos seus sábios conselhos. É uma tendência natural dos jovens: ser rude com quem mais os quer bem.

Hoje, minha mãe está velhinha e sua vida está se apagando como uma vela diante dos meus olhos e não mais posso fazê-la entender o quanto me arrependo das coisas duras que disse a ela nos meus momentos de 'adolescente revoltado' (na verdade, um imbecil!).

Lucas, graças a Deus, você tem sua mãe sempre ao seu lado, se desdobrando para criá-lo e educá-lo. Continue amando-a, mas não se esqueça de demonstrar-lhe, com muito carinho e, principalmente, muito respeito, enquanto ela é jovem e vai poder ver, ouvir e sentir esse grande amor.

Um beijo, de coração.
Walmir

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quinta-feira, 12 de julho de 2007

Ausência

© Walmir Lima
Aproveito esse pequeno tempinho para comentar aos amigos que, minha ausência dos Blogs nas últimas semanas se deve a uma junção de situações pessoais, incluindo, principal e infelizmente, problemas de saúde na família. Mal me sobra tempo para fazer um comentário ou outro.

Conto com a compreensão de todos e espero voltar em breve.

Um abraço.

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quarta-feira, 4 de julho de 2007

Dica de hoje: Prozac Café

© Walmir Lima
Prozac Café
O Blog Coletivo dos Bloguenígenas

Veja no Prozac Café:
"Walmir Lima e Ernesto Dias Jr. - Quatro Décadas de Amizade"

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